TEMPORÁRIO
Após o escândalo das mensagens de WhatsApp, o principal resultado de toda a confusão que envolveu o ambiente do Coritiba nos últimos dias foi o pedido de licença de André Macias e Pierre Boulos (fontes ligadas ao COXAnautas garantem que Pierre, inclusive, não voltará ao cargo, deixando definitivamente suas atividades no Coirtiba).
A decisão foi tomada em uma reunião com o presidente Rogério Bacellar na tarde desta segunda-feira, 31. O encontro aconteceu pouco antes da reunião do Conselho Deliberativo. Em entrevista à Gazeta do Povo, Bacellar avaliou a decisão de Macias: "Vejo a atitude do vice-presidente Macias como honrosa, de um homem, de um grande coxa-branca. Como presidente, cobrei esclarecimentos, como vice-presidente ele mostrou seu envolvimento buscando o melhor para o Coritiba. Serão levantados e avaliados os fatos", disse.
Em entrevista ao mesmo veículo, Pierre já deu indícios que pode deixar o Coritiba: "Eu trabalhei 14 anos pelo Coritiba, sem ganhar um centavo. Estou muito decepcionado e quero pensar com calma depois de tudo isso", revelou.
Já André Macias, principal pivô de toda a história, se pronunciou por meio de uma carta publicada no site oficial. Confira, abaixo, o conteúdo integral da publicação:
Curitiba, 31 de agosto de 2015
Um pedido de licença para o bem do Coritiba.
Para o bem do Coritiba peço licença. A licença com prazo necessário para apurar aquilo que estão qualificando como denúncia contra mim e alguns outros que mantinham um grupo de WhatsApp. Faço questão que todos estas denúncias sejam apuradas, mas já adianto, aqui, que me sinto vítima disto tudo. E injustiçado por colocar em segundo plano todo meu esforço pessoal em favor do clube. Afinal, pergunto-me, qual é mesmo a acusação?
Como muitos, participava com amigos de um grupo de WhatsApp. Quem hoje não participa? Este grupo, em especial, era composto por poucos amigos supostamente interessados no Coritiba. Um grupo de WhatsApp é um grupo entre amigos - com a garantia constitucional da intimidade e da privacidade. Ninguém imagina que essas conversas, no ambiente da intimidade e da privacidade, possam ser "vazadas", por um dos "amigos". E porque ninguém cogita o crime do "vazamento", a privacidade e a intimidade permitem certa liberdade para expressar opiniões. Foi o que fiz nesse grupo que teve as conversas divulgadas criminosamente, por um dos supostos amigos: Bruno Kafka.
Meus amigos advogados me explicam que o que ele fez foi um crime. Equivale a divulgação de uma gravação clandestina (sem autorização dos interlocutores) de uma conversa telefônica. Vou acionar a justiça para responsabilizar este rapaz. Não abro mão disso. Quem gostaria de ter suas conversas por WhatsApp ou telefone devassadas? É legal ou ético integrar um grupo de amigos e, depois de estimular conversas reservadas, vazar para a imprensa? Sofro ao constatar que nessa história eu seja o acusado e o tal Bruno Kafka esteja sendo tratado com seriedade ou, no mínimo, condescendência. Ponham-se todos no meu lugar. Qual é o conceito que vocês teriam de amigos que vazassem conversas privadas de grupos de WhatsApp? Eu sou vítima de uma barbaridade.
Muitos amigos me ligaram para dizer isso. Outros, no entanto, preocupam-se com o conteúdo. Não é por acaso que a Constituição preserva a intimidade e a privacidade. As pessoas não podem responder publicamente pelo conteúdo de conversas privadas, entre amigos. Apesar disso, estou disposto a responder. Disponho-me a explicar cada uma das minhas opiniões ou posições que esse sujeito vazou. Sempre lembrando que foram ditas no ambiente da intimidade própria de um grupo de amigos. O problema é que Bruno Kafka fez mais do que vazar. Além de vazar, manipulou as conversas. Vou demonstrar isso em perícia. Bruno Kafka é um criminoso e por esse fato vai ter que responder.
E pior. Além de editar as mensagens, Bruno não divulga mensagens que não interessam. Todas as que tratam dos mais legítimos interesses do clube. Em milhares de mensagens de mais de oito meses do grupo, Bruno Kafka selecionou uma ou outra que poderia constranger e, ao omitir a maioria das mensagens, desconsiderou o verdadeiro objetivo do grupo: trocar ideias sobre o Coxa.
Estou triste com tudo isso. É realmente "Kafkaniano" estar sendo acusado pelo autor do crime. Sobrenome apropriado tem esse Bruno, a proposito. O resto é conversinha de WhatsApp, convenhamos. Farei minha defesa fora do cargo que eu ocupo, evitando mais constrangimentos.
Sobre a questão da Federação, eu mesmo pretendo apresentar minha posição na próxima reunião do Conselho - para a qual o tema está pautado.
Saudações Coxas-brancas,
André Luiz Macias.
Imagem: Paraná-Online
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)