COPA DO BRASIL
Com o termômetro que às 7:15 da noite marcava 11 graus, a temperatura foi caindo e com ela levando junto as esperanças do Coritiba de seguir na Copa do Brasil. A fria garoa dava ares de velório, com um público mais uma vez digno do futebol que o time jogou: pequeno.
Para quem precisava mais uma vez reverter um placar, briga e garra não foi o que se viu. Desta vez não era o título, era a permanência numa competição. E para quem precisava mostrar mais do que tinha feito até aqui, novamente o que se viu foi muito pouco.
Mas não foi o que se desenhou no começo da partida, quando, logo aos 7 minutos, o Coritiba abriu o placar num pênalti muito reclamado pelo Juventude. Depois de um passe na diagonal de Ruy, Gonzales se chocou com o goleiro Bruno, caiu e o árbitro marcou pênalti. Kleber cobrou com categoria, com paradinha e tudo mais, para fazer um a zero.
O gol antes dos primeiros 10 minutos dava esperanças e era tudo que precisava o Coritiba. Mais um gol já garantia a vaga para o time seguir na competição. Com mais volume de jogo, era o que parecia acontecer. Parecia ser uma questão de fazer valer a maior posse de bola que tinha, mas não foi o que aconteceu. Ainda aos 13 minutos o Coritiba chegou com um chute de fora da área, com Ruy batendo por cima do gol.
O Juventude quase chegou ao gol de empate dois minutos depois, com um chute forte de Felipe Lima. Wilson bateu roupa, mas na sequência o ataque do time de Caxias estava em posição de impedimento. O lance foi invalidado pelo árbitro.
O lance deu moral ao Juventude que começou a equilibrar o jogo, tendo nova oportunidade aos 30 minutos, novamente com Felipe Lima, em mais uma defesa de Wilson. O Coxa ainda chegou mais uma vez com Vinicius, mas o chute saiu fraco, sem muito perigo para o goleiro Douglas.
Daí pra frente, começava o que todos pareciam prever. O Juventude passou a ter mais domínio da partida, com o Coritiba lembrando as velhas e conhecidas trapalhadas, que tanto irritaram a torcida em algumas partidas do paranaense. Com passes errados e o meio campo errando muito na marcação, a armação das jogadas não aconteciam. Isso que acabou abrindo boas oportunidades do time gaúcho chegar ao empate.
A esta altura, já era possível ouvir da arquibancada as lamentações de sempre, lembrando os velhos problemas, já conhecidos desde o início do ano. O Coxa voltava a sua velha rotina de inconstância, alternando partidas boas e muito ruins. Infelizmente foi a noite da partida ruim. E da mesma forma voltou para o segundo tempo. Jogando atrapalhadamente, parecendo todo desarrumado, sem esquema tático.
Os dois times voltaram iguais para a etapa final, sem alterações. O Juventude continuou com a mesma liberdade que teve na primeira etapa . Chegou algumas vezes tocando e chegando ao gol, mas ainda sem conseguir finalizar e chegar com mais perigo ao gol do Coritiba.
Aos 14 minutos, Vinicius, que pelo menos aprontava correria pra cima do Juventude, saiu machucado, dando lugar para Leandro.
Ruy, mais uma vez apagado na partida, ainda conseguiu uma boa cobrança de falta antes de sair e dar lugar a Negueba. Depois da falta sofrida por Kleber, dentro da meia lua, Ruy bateu por cima da barreira, no canto direito do goleiro que fez uma bela defesa.
Cinco minutos depois, aos 19 minutos, Leandro teve uma boa oportunidade, mas o chute saiu por cima da trave.
No Juventude o técnico Galeano colocou Itaqui no lugar de Bruno Ribeiro. A mudança deu a clara ideia de que com um volante, o Juventude começou a aceitar que a vaga seria decidida nas penalidades, tentando conter o ataque Coxa, que com Negueba, Leandro e Kleber parecia ficar mais forte, mas não foi o que aconteceu.
Pelo contrário.
O Coritiba ainda chegou numa boa cabeçada de Gonzales, depois da cobrança do escanteio. Mas, aos 30 minutos, numa jogada de Vidal, Roberson pegou a defesa Coxa toda desarrumada e empatou a partida. O Coritiba ainda tinha mais 15 minutos para fazer mais dois gols, coisa que não fez em quase 180 minutos. Mesmo com o time todo armado com quatro atacantes, Kleber, Ortega (que entrou no lugar de Gonzales), Leandro e Negueba, foi pro “tudo ou nada” , prevaleceu o nada.
Aos 45 minutos o Coxa ainda conseguiu o segundo gol, o que podia supor uma nova pressão, mas houve nova frustração: o time não conseguiu chegar ao gol do Juventude. Pelo contrário, se abriu e ofereceu novamente o gol de empate com Itaqui que tinha acabado de entrar no jogo.
O Placar de 2x2 eliminou o alviverde paranaense da competição. Desta vez um pouco mais cedo que em anos anteriores. A luz vermelha volta a dar sinal. O time ainda precisa de muito ajuste, reforços se pretende algo melhor do que fez até agora. A permanência de Gilson Kleina volta a ficar ameaçada.
Time e treinador foram vaiados ao final.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)